Ronnie Lessa tentou matar Marielle no final de 2017
Rio – O ex-policial militar Élcio de Queiroz, preso por envolvimento na morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, relatou à Polícia Federal e ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), em delação premiada, que a vereadora sofreu uma tentativa frustrada de assassinato no final de 2017. Marielle e Anderson foram mortos a tiros em 14 de março de 2018.
Segundo o documento a qual o DIA teve acesso, Queiroz afirmou que Ronnie Lessa, responsável pelos disparos, estava planejando o crime desde o segundo semestre de 2017. Durante a virada para o ano de 2018, a qual passaram juntos, Lessa teria falado para o amigo que tentou matar Marielle semanas antes, mas o plano foi frustrado.
Na ocasião, a ex-vereadora estava em um táxi no Estácio, região central do Rio, quando Lessa e o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, que dirigia o veículo, se aproximaram, mas não conseguiram realizar o assassinato. Suel, que foi preso nesta segunda-feira (24) durante a Operação Élpis, teria alegado problemas mecânicos no carro em que estavam no momento da aproximação.
Élcio ainda esclareceu que, além de Maxwell e Ronnie, também estava no veículo nesse dia o policial militar Edmilson Oliveira da Silva, o Macalé, que foi assassinado em uma emboscada no mês de novembro de 2021, em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio.
A delação ainda apontou as funções do trio no dia dessa tentativa frustrada. Suel dirigia o veículo enquanto Lessa estava armado com uma submetralhadora MP5 no banco do carona. Edmilson estava no banco de trás portando um fuzil modelo AK47.
Segundo Élcio, Ronnie o contou que o homicídio não aconteceu neste dia planejado porque Maxwell, na sua percepção, teria hesitado. Ambos estão presos desde março de 2019.
Prisão de ex-bombeiro
Maxwell Corrêa foi preso na manhã desta segunda-feira (24), no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. A delação de Élcio de Queiroz deu origem à Operação Élpis, que investiga a morte de Marielle Franco e Anderson Gomes e a tentativa de homicídio da assessora da ex-parlamentar, Fernanda Chaves. Além da prisão de Suel, os agentes também cumpriram sete mandados de busca e apreensão na cidade do Rio de Janeiro e na Região Metropolitana.