Perseguição contra comunidade LGBTQIA+ na Venezuela entrou em novo patamar, afirma ativista

A Venezuela entrou em um novo patamar de perseguição à comunidade LGBTQIA+ com a prisão de 33 homens que estavam em uma sauna gay na cidade de Valência, na província de Carobobo.

Quem afirma é Yendri Velásquez, ativista de direitos humanos e co-fundador do Observatório de Violências contra os LGBTQIA+ no país, em uma entrevista ao g1.

No domingo (23), uma véspera de feriado na Venezuela, agentes da polícia bolivariana entraram em uma sauna gay na cidade de Valência e levaram 33 pessoas para a delegacia.

Os homens foram soltos após uma audiência na quarta-feira (26), mas não sem antes serem expostos: as fotos deles foram divulgadas, assim a informação de que alguns deles são HIV positivo.

Essa exposição pública agravou ainda mais o sofrimento dos envolvidos, afirmou Velásquez.

A operação não foi a primeira na Venezuela, segundo o ativista. Antes dessa, foram registrados quatro casos de buscas em locais privados frequentados por pessoas LGBTQIA+ desde 2021. A diferença é que o caso de Valência foi o primeiro no qual as pessoas foram levadas à delegacia e expostas –até recentemente, geralmente os policiais só ameaçavam as pessoas para pedir propina.

Polícia quer propina, diz ativista
Yendri diz que a extorsão é um problema particularmente preocupante para a população LGBTQIA+, especialmente entre as pessoas trans, pois são mais vulneráveis.

O ativista diz que os policiais ameaçam com a possibilidade de uma ação por ultraje ao pudor, mas afirmam que se receberem dinheiro, “aceitam” não levar o caso adiante. Eles começam pedindo muito dinheiro –cerca de US$ 1 mil—mas o valor alto é uma estratégia para chegar arrancar o máximo que puderem, ainda que bem abaixo dessa cifra inicial.

Esses quatro casos ocorreram em diferentes cidades da Venezuela, incluindo Caracas, Maracaibo e Mérida. Algumas operações ocorreram em saunas gays, e outras, em bares.

Formalmente, a Venezuela tem uma promotoria especializada em casos de violência contra LGBTQIA+, mas o órgão não funciona, segundo o ativista.

Também há um conselho de diversidade do próprio governo, mas Velásquez afirma que essa instância mal tem orçamento para suas atividades.

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