Passageiros enfrentam dificuldades no reembolso do Riocard; confira passo a passo

Usuários devem fazer solicitação em lojas físicas e ressarcimento pode levar até 15 dias úteis

Usuários do transporte público enfrentam dificuldades para conseguir o reembolso do Riocard Mais. Desde o dia 2 de agosto, os transportes municipais do Rio passaram a aceitar somente o Jaé e houve desde então uma corrida às lojas para tentar recuperar os créditos do antigo cartão e transferi-los para o novo. A medida, no entanto, provoca algumas dúvidas e transtornos para quem precisou aderir à mudança. Confira abaixo o passo a passo para solicitar o ressarcimento do crédito.

O operador de cargas Wallas Otaviano, de 29 anos, esteve na loja da Carioca, na Uruguaiana, no Centro, duas vezes, sendo uma delas nesta sexta-feira (8), onde chegou a enfrentar uma longa fila. Morando e trabalhando no bairro da Gamboa, na Zona Portuária, ele conta que não conseguiu recuperar o saldo do Riocard Mais, porque o cartão já havia sido desvinculado por sua empresa.

“Fui lá (na loja) para resgatar, mas não consegui, porque o cartão era da empresa e só ela que poderia mover o dinheiro. Aí fiquei nessa situação, sem saber de nada”, desabafou o operador, que lamentou o transtorno enfrentado por ainda não ter os créditos no cartão do Jaé. “Não era para desvincular, agora estou esperando a resposta da minha empresa (…) Eles vão ter que me mandar dinheiro e o resto, eu dou um jeito”, comentou.

Segundo a Riocard Mais, o pedido de reembolso deve ser feito presencialmente em uma das lojas e não é necessário pagamento de nenhuma taxa. O prazo para o ressarcimento é de 10 a 15 dias úteis, após a solicitação e entrega de documentos, e os valores serão depositados diretamente na conta bancária informada pelo usuário, vinculada ao CPF cadastrado no cartão.

No caso do cartão Expresso, o estorno será possível apenas se o cartão estiver vinculado ao usuário. No caso do vale-transporte, não é necessário que o colaborador já tenha desligado o Riocard empresarial, mas deve apresentar uma declaração da empresa autorizando e realizar a devolução, uma vez que o estorno só acontece depois do cancelamento (devolução por comodato).
Os interessados devem comparecer nas lojas Riocard com documentos de identidade e CPF, Carteira de Trabalho, dados bancários para o depósito, com endereço completo e CEP. Outros detalhes podem ser conferidos no site do serviço. Os estabelecimentos funcionam na cidade do Rio de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, em Campo Grande, Centro, Méier e Copacabana. Confira os endereços ao final.
Procurada, a Riocard Mais informou que “lamenta os transtornos e reforça que os usuários podem continuar usando seus cartões em transportes intermunicipais, como metrô e barcas. Além disso, vale ressaltar que as filas são pontuais e identificamos que muitas dúvidas são de clientes do Jaé, que pedem auxílio à equipe da Riocard”.
Usuário relata constrangimento em posto do Jaé na Zona Oeste
Apesar do Jaé já estar em funcionamento nos transportes como ônibus municipais, BRT, VLT, “cabritinhos”, vans e metrô há quase uma semana, passageiros continuam usando as redes sociais para relatar transtornos. Na página da nova bilhetagem, há diversos comentários sobre diferentes problemas relacionados ao aplicativo, a entrega do cartão, saldo e até mesmo no atendimento por telefone e internet.
“Há 20 dias solicitei meu Jaé no posto de atendimento em Madureira, a menina que me atendeu não sabia tirar dúvidas básicas. Me deram o prazo de 10 dias úteis, que já se passou há muito tempo. Já fui dois sábados seguidos, pagando passagem para buscar, e nada”, diz um comentário. “O cartão não chegou, ao tentar acessar o aplicativo, pedem para eu colocar a senha do cartão para ter acesso, redefinir senha, checar SMS ou email, só que não chega”, desabafou outro. “Não consigo falar no 0800, no chat o atendimento é péssimo”, se queixou mais um passageiro. “O que fazer quando o Jaé some com o saldo sem eu ter usado?”, questionou um usuário.
Um usuário procurou o DIA para relatar que sofreu constrangimento ao tentar retirar o bilhete no posto de Jaé de Deodoro, na Zona Oeste. Segundo o operador de telemarketing Mauro de França Coutinho, 53, na quarta-feira (6), foi realizar a retirada, depois de ser informado, por meio da ajuda de um veículo de comunicação, que seu cartão estava na unidade. Mas, atendentes teriam dito que não estava no local e gritado com ele, depois que se recusou a receber um avulso.
“Eles ficaram falando: ‘senhor, pega esse cartão avulso e utiliza, não fica criando confusão. É melhor o senhor sair logo daqui, porque tenho que chamar outras pessoas’. O tratamento foi como se eu fosse um cachorro de rua. A atendente me enxotou igual um cachorro de rua, disse que não ia mais me atender, que não podia mais ficar olhando para minha ‘cara'”, contou Mauro, que disse ainda que os funcionários teriam se queixado da atuação da imprensa nas reclamações do público.
O operador insistiu com outra funcionário e conseguiu receber o cartão próprio no posto. “Se isso aconteceu comigo, deve acontecer com outras pessoas. Eles não acham o envelope do cartão e simplesmente querem dar o cartão avulso e mandar daqui a 15, 20 dias se virar. Eu me senti extremamente humilhado e constrangido, eles foram muito grosseiros. Tive que falar com um responsável para, com muito custo, pegarem o envelope com meu cartão”, lamantou. “As pessoas não têm culpa se mudou do Riocard para o Jaé e colocam atendentes que não têm habilidade para atender o público dessa forma.”
A reportagem de O DIA tenta contato com a administração do Jaé. O espaço está aberto para eventuais manifestações.

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