Macron sanciona reforma da Previdência de madrugada e volta a enfurecer oposição
O presidente da França, Emmanuel Macron, sancionou na noite da sexta-feira (13) a lei que aumenta a idade da aposentadoria no país. Com a assinatura, publicada no Diário Oficial francês no sábado (14), o líder centrista busca encerrar a turbulência causada por sua impopular medida no país, que incluiu três meses de protestos massivos e uma união histórica dos sindicatos.
A ratificação da reforma da Previdência sucede a validação de seu cerne pelo Conselho Constitucional francês na véspera. Os ditos “sábios” que integram o órgão aprovaram a medida com ressalvas, indicando, desse modo, que parte da lei não está em conformidade com a Carta Magna francesa. Mantiveram, porém, o ponto mais polêmico do contestado projeto governamental —a elevação da idade mínima para aposentadoria de 62 para 64 anos.
Protestos eclodiram logo após a divulgação da decisão do Conselho Constitucional. Multidões ocuparam as ruas de Paris, e alguns dos manifestantes voltaram a atear fogo em lixeiras. Em Rennes, no oeste do país —onde os protestos seguiam na manhã deste sábado—, o alvo de incêndio foi a entrada de uma delegacia de polícia.
Sindicatos marcaram novos atos para o 1º de Maio, o Dia do Trabalho. Enquanto isso, representantes de associações de ferroviários convocaram seus trabalhadores para uma nova mobilização na próxima quinta-feira. Eles rejeitaram o convite de Macron para uma reunião na terça.
Partidos contrários à reforma apresentaram uma nova proposta de realização de um referendo popular sobre a medida sobre depois que o Conselho Constitucional rejeitou uma proposta inicial na sexta-feira.
Embora esteja longe dos padrões de outros países da União Europeia, que já elevaram suas idades mínimas de aposentadoria, o atual sistema de pensões é amplamente defendido pela população, que preza pela qualidade de seu sistema público de segurança social.